segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida!

(Joaõ Cabral de M. Neto)

Sonhar é dar à vida nova cor,
Dar gosto bom às lágrimas de dor.
O sol pode apagar, o mar perder a voz,
Mas nunca morre um sonho bom,
dentro de nós”

(Mário Lago)
O que as pessoas mais desejam
é alguém que as escute de maneira 

calma e tranquila.

Em silêncio. 

Sem dar conselhos.
Sem que digam:
"Se eu fosse você..."

A gente ama não é a pessoa que fala bonito.
É a pessoa que escuta bonito.
A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta.
É na escuta que o amor começa.
E é na não-escuta que ele termina.
Não aprendi isso nos livros. 

Aprendi prestando atenção.

Rubem Alves
"Queria lhe agradecer pelas
inúmeras vezes que você me enxergou
melhor do que sou.
Pela capacidade de me olhar devagar,
já que nessa vida, muita gente já me olhou
depressa demais."
Pe.Fábio de Melo
Eu acredito. 
Acredito no tempo. 
O tempo é nosso amigo, nosso aliado,
não o inimigo que traz as rugas e a morte. 
O tempo é que mostra o que
realmente valeu a pena, o tempo nos ensina a esperar, o tempo apaga
o efêmero e acaba com a dúvida."
"Passava os dias ali, quieto,

no meio das coisas miúdas.
E me encantei."

Manoel de Barros

Queria lhe agradecer

"Queria lhe agradecer pelas

inúmeras vezes que você me enxergou
melhor do que sou.
Pela capacidade de me olhar devagar,
já que nessa vida, muita gente já me olhou
depressa demais."

Pe.Fábio de Melo




“O vento é o mesmo:
mas a sua resposta é diferente,

em cada folha Somente
a árvore seca fica imóvel
entre borboletas e pássaros.”
Cecília Meireles

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O SAPO E A FLOR...


Marlene B. Cerviglieri


Numa floresta muito grande e cheia de bichos, habitavam várias famílias de animais.
Desde insetos e até mesmos leões com suas leoas e filhotes.Todos cuidavam de suas vidas e da comida também. Os macacos eram os mais alegres, pois estavam sempre brincando e pulando de galho em galho, como se fosse uma festa.Os pássaros regiam a orquestra, pois entre tantos gritinhos, urros e barulhos dos bichos parecia mesmo uma grande orquestra.
Estava um dia o sapo tomando seu banho de sol, quando ouviu que lhe dirigiam a palavra.Logo abriu seus olhinhos procurando quem com ele estaria falando!
Eis que vê uma linda flor cor-de-rosa cheia de pintinhas...
Assim estava dizendo ela: - Nossa que coisa mais feia! Nunca vi um bicho tão feio!
- Que boca tão grande, que pele tão grossa...
- Parece até uma pedra, aí parada, sem valor nenhum.
- Ainda bem que sou formosa, colorida e até perfumada.
- Que triste seria ser um sapo!!!
O sapo que tudo ouvia ficou muito triste, pois sempre que via a flor, pensava:
- Que linda flor, tão perfumada, que cores lindas, alegra a floresta!
Mas a flor agora havia se mostrado dizendo tudo aquilo do sapo.
De repente surge o gafanhoto saltitante e vê a flor, mas não o sapo.
A flor, quando o percebeu, ficou tremendo em seu frágil caule.
- Meu Deus, que faço agora?
Vocês sabem que o gafanhoto gosta de comer as pétalas de qualquer flor que encontre, e ela seria assim sua sobremesa...
O sapo, quietinho, quietinho, não se mexeu, e quando o gafanhoto se aproximou da flor, nhac... o alcançou com sua língua.
A flor que já se havia fechado, pensando que iria morrer, abriu-se novamente não acreditando no que havia acontecido.
Mas dona árvore que desde o início a tudo assistia, falou muito energicamente e brava lá do seu canto:
- Pois é dona flor, veja como as aparências enganam.Tenho certeza que a senhora gostaria mais do elegante e magrinho gafanhoto. No entanto, veja como ele teria sido tão mau com a senhora!
Às vezes pensamos e dizemos coisas sobre nossos semelhantes que não são verdadeiras. Precisamos tomar muito cuidado com o que falamos, sabe por que?
- Não - dizia a flor ainda tremendo de susto.
- Todos nos somos diferentes, de formas diferentes, e até pensamos diferente.
- Você sabe que existem também outras formas de se falar?
- Não. Não sabia - disse a flor espantada com a sabedoria da árvore.
- Pois então minha pequena, da próxima vez que for falar de alguém, pense antes, pois este alguém poderia ser você.
- Agora agradeça ao seu amigo sapo o favor que ele lhe fez, e também conte aos outros o que aprendeu aqui hoje.
Com sua vozinha fraca a flor disse ao sapo:
- Meu amigo, você é, realmente, amigo. Agradeço-lhe ter me salvado do gafanhoto e prometo que nunca mais falarei de ninguém.
- Aprendi a lição e dona árvore me ensinou também.
Todos os bichos que estavam assistindo bateram palmas.
E assim amiguinhos, aqui fica a lição: somos todos iguais. Existem bons e maus, mas podemos escolher de que lado vamos ficar.....

ELF


Marlene B. Cerviglieri

Esta estória começa no alto de uma árvore...
Lá em cima morava o Elf, o mais brincalhão do quintal todo.
Ah! Vocês não sabem quem é o Elf?
Pois bem, é uma pessoa bem pequenina que cuida desta arvore.
É amigo de todos os bichinhos, pássaros e de vocês também.
Um dia um menino resolveu se esconder e correu para o quintal.
Subiu, subiu na arvore e lá ficou sentado num galho bem forte.
Começou então a chorar baixinho, triste que estava naquele dia.
O Elf que havia acordado há pouco ouviu, e ficou quietinho
bem perto do menino. - Eu não queria ir para a escola
- dizia o menino. - Quero ficar em casa e não sair mais.
Tenho muito medo.
Aí então, o Elf foi se chegando mais e mais, tomou coragem,
porque não queria assustar o menino e perguntou:
- Que medo é esse? - De chuva, do trovão, de tudo.
Ora quem me pergunta?

O Elf que era bem pequenino saltou e veio ficar no joelho dele.
- Sou eu que pergunto.
- De onde você vem?
Disse o menino espantado, quase amedrontado.
- Daqui mesmo, esta é minha casa. - respondeu Elf.
Esfregando os olhos o menino não queria acreditar.
- Quer dizer que estou dentro de tua casa?
- É isso mesmo - disse o Elf - e não pediu licença para entrar.
- Desculpe, desculpe eu não sabia que arvores são casas
e que tem alguém morando!
- Pensei que só pássaros podiam morar aqui.
- Também moram e fazem até seus ninhos
, sempre com minha permissão - respondeu Elf.
- Veja o ninho de um casal de pássaros aqui embaixo.
- Chii...é mesmo, que bonitinho!
- Mas se chover como fica?
- Você quer dizer se nós temos medo?
- É, eu tenho medo da chuva, dos trovões e minha casa
não é aberta como a sua.Como você faz?
O Elf descruzou as perninhas e disse:
- Menino, o medo mora dentro de você,
porque você deixa-o entrar.
- Como? O medo é gente? Perguntou o menino.
- Mais ou menos, ele é uma coisinha muito pequena,
mas que pode ficar grande que atrapalha o coração.
- Como assim? Disse surpreso o menino.
- Diga-me, quando você esta com ele o seu coração fica
tão apertado que bate sem parar, pedindo espaço.
- Mas como vou dar mais espaço dentro de mim
para meu coração?
- É simples. - Então me ensine, por favor
. - Use seus olhos.
- É, os olhos.
- Quando o medo começar a querer bater em sua porta,
não deixe entrar.
- O que eu faço? perguntou o menino.
- Aí é que entram seus olhos.
Abra-os.Veja, olhe bem.
Você vai ver que não há motivo para deixá-lo entrar de vez.
Quando seus olhos virem, peça ajuda aos seus ouvidos também.
Os dois juntos serão seu guia e não deixarão você
se atrapalhar com o medo.
- Será fácil assim? Perguntou o menino.
-Tenho certeza que você vai aprender logo, logo.
É só praticar. - Desce daí menino, anda logo!
dizia alguém lá embaixo.
Vou soltar os cachorros, você vai ver.
- Cachorros, onde?
Não os vejo. Cachorros onde?
Não os ouço. Estão querendo que o medo entre.
Não deixarei não.
E escorregando arvore abaixo,
o menino ainda ouvia as risadinhas do Elf lá em cima,
E seu coração não pediu mais espaço.