quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Organizando nosso NATAL


Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas... Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon - sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço" de Carlos Drummond de Andrade como forma de desejar a vcs um Natal de muita paz espiritual e amor ao próximo; e que esses sentimentos sejam exercitados e prolongados por todo o Novo Ano.

Feliz Natal


Se tens amigos, busca-os!O NATAL é ENCONTRO!

Se tens inimigos, reconcilia-te!O NATAL é PAZ!

Se tens pecado, arrependa-se!O NATAL é PERDÃO!

Se tens soberba, sepulta-a!O NATAL é HUMILDADE!

Se tens trevas, acende o teu farol,O NATAL é LUZ!

Se tens tristeza, reaviva a tua alegria!O NATAL é GOZO!

Se estás no erro, reflete!O NATAL é VERDADE!

Se tens ódio, esquece-o!O NATAL é AMOR!

FELIZ NATAL!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Samurai



Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que adorava ensinar sua filosofia para os jovens.
Apesar de sua idade, corria a lenda que ele ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali.
Era famoso por utilizar a técnica da provocação:
esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.
E, conhecendo a reputação do velho samurai, estava ali para derrotá-lo, aumentando sua fama de vencedor.
Todos os estudantes manifestaram-se contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio.
Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre.
Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos - ofendeu inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho mestre permaneceu impassível.
No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo fato do mestre ter aceito tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: Como o senhor pode suportar tanta indignidade?
Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?

- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita,
a quem pertence o presente? - perguntou o velho samurai.
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre.
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo.
A sua paz interior depende exclusivamente de você.
As pessoas não podem lhe tirar a calma.Só se você permitir...

O Ipê

Um Ipê Amarelo foi cortado e seu tronco foi transformado em um poste.
Após o poste ser fincado na rua, foram instalados os fios da rede elétrica.
Eis que a árvore se rebela contra a maldade humana e resolve não morrer. Mas a reação foi pacífica, bela e cheia de amor. Rebrotou e encheu-se de flores.
Assim é a natureza... Vencedora !

A Estrela Verde



"Era uma vez milhões de estrelas no céu...
Havia estrelas de todas as cores:
brancas, azuis, prateadas, douradas, vermelhas..."

Um dia, elas procuraram o Senhor Deus - todo poderoso.
O Senhor do Universo, e lhe disseram:
Gostaríamos de viver na terra, entre os homens.

Assim será feito - respondu o Senhor.
Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas.
Podem descer a Terra.

Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas na Terra,
algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de vaga-lumes nos campos, outras se misturaram nos brinquedos das crianças, e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. No entanto, passado algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o céu, deixando a Terra escura e triste.

_ Por que vocês voltaram? _ Perguntou Deus, à medida que elas iam chegando no céu.
_ Senhor, não nos foi possivel pertencer a Terra. Lá existe muita miséria, muita violência, muita maldade, muita doença, muita injustiça, muito desamor...
E o Senhor lhe disse:
_É claro. O lugar de vocês é aqui no céu. A Terra é o lugar daquilo que passa, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre; e lá nada é perfeito. O céu é o lugar da perfeição, do imutável, do eterno, onde nada perece.
Depois que todas as estrelas tinham chegado. Deus conferiu o número delas.
A seguir falou-lhe de novo.
_Mas está faltando uma estrela. Acaso se terá perdido pelo caminho?

Um anjo que estava por perto falou:
_Não, Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens. Ela descobriu que o seu lugar é exatamente lá, onde há muita luta e dor.
_ Mas que estrela é esta? _ Voltou Deus a perguntar.
_ É verde, Senhor. è a única estrela de cor.
Então, quando olharam para a terra, a estrela não estava só. A Terra estava toda iluminada novamente, porque havia uma estrelinha verde no coração de cada pessoa. Porque a esperança é própria da pessoa de bom coração. Ela é a mais humana das estrelas. É própria daquele que erra, daquele que tropeça, daquele que falha, mas que apesar dos desenganos, desencantos, e sonhos desfeitos, acredita num tempo de novas esperanças, de "Novos Céus e novas Terras".

Movendo montanhas



Jim Stovall

Havia nos Andes duas tribos em guerra. Uma vivia na parte baixa; a outra, na parte alta das montanhas.

Um dia, a parte baixa foi invadida pelos povos do alto, que, além de saquearem os inimigos, raptaram um bebê e o levaram para as montanhas.

Os povos da parte baixa não conheciam os caminhos usados pelos povos da montanha. Não sabiam como chegar ao alto, como chegar aos inimigos ou rastrear seus passos pelos terrenos escarpados.

Mesmo assim, enviaram seus melhores guerreiros para subir a montanha e trazer a criança de volta.

Os homens tentaram diferentes métodos de escalada. Primeiro um caminho, depois outro. Após vários dias de esforços, não tinham subido nem quinhentos metros.

Sentindo-se impotentes e sem esperança, os homens da parte baixa consideraram a causa perdida e se prepararam para voltar para sua cidade.

Enquanto arrumava o equipamento para a descida, viram a mãe do bebê andando na direção deles. Perceberam que ela estava descendo a montanha que eles não tinham conseguido subir.

E então descobriram que o bebê estava amarrado às costas da mulher. Como era possível?

Um dos homens a saudou, dizendo: "Nós não tivemos êxito em subir a montanha. Como você chegou ao alto se nós, os homens mais fortes e capazes da cidade, não conseguimos?"

Ela encolheu os ombros e respondeu: "É que não era o filho de vocês que estava lá."

O poço e a pedra



Um monge peregrino caminhava por uma estrada quando, do meio da relva alta, surgiu um homem jovem de grande estatura e com olhos muito tristes.

Assustado com aquele aparecimento inesperado, o monge parou e perguntou se poderia fazer algo por ele.

O homem abaixou os olhos e murmurou envergonhado: "sou um criminoso, um ladrão. Perdi o afeto de meus pais e dos meus amigos. Como quem afunda na lama, tenho praticado crime após crime. Tenho medo do futuro e não sinto sossego por nenhum instante. Vejo que o senhor é um monge, livre-me então desse sofrimento, dessa angústia!"- pediu ajoelhando-se.

O monge, que ouvira tudo em silêncio, fitou os olhos daquele homem e alguns instantes depois disse: "estou com muita sede. Há alguma fonte por aqui?"

Com expressão de surpresa pela repentina pergunta, o jovem respondeu: "sim, há um poço logo ali, porém nele não há roldana, nem balde. Tenho aqui, no entanto, uma corda que posso amarrar na sua cintura e descê-lo para dentro do poço. O senhor poderá tomar água até se saciar. Quando estiver satisfeito, avise-me que eu o puxarei para cima."

O monge sorrindo aceitou a idéia e logo em seguida encontrava-se dentro do poço.

Pouco depois, veio a voz do monge: "pode puxar!"

O homem deu um puxão na corda empregando grande força, mas nada do monge subir

Era estranho, pois parecia que a corda estava mais pesada agora do que no início

Depois de inúteis tentativas para fazer com que o monge subisse, o homem esticou o pescoço pela borda, observou a semi-escuridão do interior do poço para ver o que se passava lá no fundo.

Qual não foi sua surpresa ao ver o monge firmemente agarrado a uma grande pedra que havia na lateral.

Por um momento ficou mudo de espanto, para logo em seguida gritar zangado: "hei, que é isso? O que faz o senhor aí? Pare já com essa brincadeira boba! Está escurecendo, logo será noite. Vamos, largue essa rocha para que eu possa içá-lo."

De lá de dentro o monge pediu calma ao rapaz, explicando:

"Você é grande e forte, mas mesmo com toda essa força não consegue me puxar se eu ficar assim agarrado a esta pedra. É exatamente isso que está acontecendo com você. Você se considera um criminoso, um ladrão, uma pessoa que não merece o amor e o afeto de ninguém. Encontra-se firmemente agarrado a essas idéias. Desse jeito, mesmo que eu ou qualquer outra pessoa faça grande esforço para reerguê-lo, não vai adiantar nada."

"Tudo depende de você. Somente você pode resolver se vai continuar agarrado ou se vai se soltar. Se quer realmente mudar, é necessário que se desprenda dessas idéias negativas que o vêm mantendo no fundo do poço."

"Desprenda-se e liberte-se."

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Síndrome de Procusto


(sem menção do autor)


Na mitologia grega, um gigante chamado Procusto convidava pessoas para passarem a noite em sua cama de ferro. Mas havia uma armadilha nesta hospitalidade: ele insistia que os visitantes coubessem, com perfeição, na cama. Se eram muito baixos, ele os esticava; se eram altos, cortava suas pernas.

Por mais artificial que isto possa parecer, será que não gastamos um bocado de energia emocional tentando alterar ou "enquadrar" outras pessoas de formas diversas, embora menos drásticas?

Esperamos, com freqüência, que os outros vivam segundo nossos padrões e ideais, ajustando-se aos nossos conceitos de como eles deveriam ser. Ou então, assumimos a responsabilidade de torná-los felizes, bem ajustados e emocionalmente saudáveis.

A verdade é que grande parte dos atritos que existem nos relacionamentos acontecem quando tentamos impor nossa vontade aos outros - quando tentamos administrá-los e controlá-los.

De tempos em tempos, em graus variados, assumimos responsabilidades que não nos pertencem. Tentamos dirigir a vida das outras pessoas, com a intenção de influenciar tudo, desde a dieta até a escolha de roupas, decisões financeiras e profissionais. Tomamos partido e ficamos excessivamente envolvidos, até encontramos ou criamos problemas onde não existem para poder criticar e oferecer conselhos.

É preciso entender que ninguém muda até que deseje fazê-lo, esteja disposto a mudar e pronto, para tomar as atitudes necessárias para efetuar a mudança. E por este motivo que o resultado de nosso "procustianismo" é, contudo, sempre o mesmo. Estamos destinados a fracassar em nossos esforços para controlar ou modificar alguém, não importa o quanto sejam nobres nossas intenções. E estamos destinados a terminar num turbilhão - frustrados, ressentidos e cheios de auto-piedade.

E o que dizer das pessoas que tentamos orientar? Por outro lado, mostramos falta de respeito por seus direitos como indivíduos, privando-as da oportunidade de aprender através de suas próprias escolhas, decisões e erros. Em resumo, nosso relacionamento com aqueles com os quais declaramos nos preocupar profundamente torna-se desarmonioso e forçado.

Permita que os outros vivam sua vida, enquanto vivemos a nossa - viva e deixe viver.

Lulu - To Sir, With Love (Tradução)



Parabéns professores pelo carinho e dedicação.

"Educar é um ato de amor"

Aos mestres com carinho, feliz dia do professor

Vivian meu amor Feliz Primavera






















sábado, 10 de outubro de 2009