quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Quando eu estiver velhinha


"Quando eu estiver velhinha, vou morar um pouco com cada filho, e dar a eles tantas alegrias... Do jeito que eles me deram.Quero retribuir tudo o que desfrutei deles fazendo as mesmas coisas.Oh, eles vão adorar!

Escreverei nas paredes com lápis de cores diversas, 
pularei nos sofás de sapatos e tudo. Beberei das garrafas 
e as deixarei vazias e fora da geladeira, entupirei de papel 
os vasos sanitários; como eles ficarão bravos com isso!
(Quando eu estiver velhinha e for morar com meus filhos)...

Quando eles estiverem ao telefone e não puderem me alcançar,  vou aproveitar para brincar com o açúcar ou com a água sanitária. 
Eles vão balançar suas cabeças e correr atrás  de mim.Mas, eu estarei escondida debaixo da cama.
Quando me chamarem para o jantar que eles prepararam, 
não vou comer as verduras, as saladas ou a carne, vou engasgar com o quiabo e derramar leite na mesa, e quando se zangarem, corro ― se for capaz!

Sentarei bem perto da TV e vou mudar de canal o tempo todo. 
Tirarei as meias pela sala e perderei sempre um pé; e vou brincar na lama até o final do dia.
E mais tarde, à noite, já deitada, vou agradecer a Deus por tudo, fechar meus olhinhos para dormir, e meus filhos vão olhar para mim com um meio sorriso e vão dizer: 
― Ela é tão doce quando está dormindo!"



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